Criminosos ou indígenas: Quem são essas pessoas que torturam e expulsam trabalhadores de fazendas no município de Prado

Nos últimos três anos, um movimento indígena que denomina as suas ações como “retomadas” e que encontram força na polêmica do marco temporal, o qual segue em discussão no Supremo Tribunal Federal, tem acirrado os conflitos entre indígenas e produtores rurais, sobretudo na região do Extremo Sul. Após um período de trégua nos conflitos, com a criação da força integrada de segurança, que intensificou as rondas nas áreas de tensão por parte da Policia Militar, as ações de retomadas, materializadas através de invasões violentas de terras produtivas por supostos indígenas, voltaram a acontecer na região, com famílias sendo expulsas de suas propriedades rurais, onde moram há décadas e de onde retiram a sua subsistência, por meio da agricultura ou da pecuária, simplesmente pelo fato dos invasores entenderem que as terras são suas mesmo sem a definição do marco temporal ampliando a área indígena, o que torna essas ações criminosas.

No último sábado (08), uma ação dessa natureza, liderada por um homem identificado como “Cacique Alessandro”, à frente de aproximadamente cinquenta homens, encapuzados e fortemente armados, conforme fora registrado em boletim de ocorrência, foi perpetrada contra a Fazenda Monte Alto, localizada em Corumbau, distrito de Prado/BA, e de propriedade do Sr. “Dijalma Galão”. Na invasão, os supostos indígenas, vez que havia pessoas sem traços físicos dos povos originários, agrediram funcionários e moradores do local. Segundo o boletim de ocorrência, os funcionários foram torturados psicológica e fisicamente, com coronhadas e estocadas com os canos de armas de fogo. Em seguida, os trabalhadores foram escoltados até a saída do imóvel em meio aos estampidos dos disparos de arma de fogo e incumbidos de levarem ao proprietário a mensagem nos seguintes termos: “Se Dijalma vier para negociar ou mandar a polícia, iremos invadir a sede da fazenda, matar ele, a família e beber o sangue deles.” Fotos veiculadas em grupos de WhatsApp mostram os corpos dos funcionários com lesões semelhantes às resultantes de tortura física.

No domingo (09), com o apoio de policiais militares da CAEMA, mesmo contrariando a ameaça do grupo, o proprietário dirigiu-se ao local invadido e a polícia conseguiu negociar a retirada do gado e uma parte dos bens, pois a outra parte já havia sido destruída.  Segundo o proprietário, quando da chegada da policia no local, havia três caminhonetes usadas pelo grupo e outras pessoas evadiram em uma caminhonete nova, deixando entender que estão sendo financiados por algo ou alguém que está se beneficiando com as ações criminosas. A área segue ocupada pelos invasores e o proprietário informou que buscará os meios legais para reaver o imóvel. Na tarde desta segunda-feira (10), as vítimas foram submetidas a exame de lesões corporais no IML de Itamaraju e a ação criminosa está sendo apurada pela Delegacia Territorial de Prado, onde a ocorrência foi registrada pelo proprietário, o qual relatou à redação que precisa da proteção do Estado para a sua família e para o seu imóvel rural diante da grave ameaça e salientou que a sua fazenda além de produtiva gera emprego e renda para várias famílias, dentre essas indígenas.

No tocante a essa problemática que já vem se arrastando há certo tempo na região, marcada por cenas de violência e até mortes, há relatos de famílias que foram expulsas de fazendas e de produtores rurais dando conta de que não só indígenas participam dessas ações, como também criminosos que têm o interesse maior em saquear as fazendas, furtando a produção, maquinários e insumos agrícolas para comercializarem. De acordo com os produtores rurais, desde que começaram os conflitos, percebe-se um esforço da Polícia Militar na realização de rondas, mas sozinha não tem sido suficiente para atender à demanda de uma extensa área rural do Extremo Sul, que fica nas zonas de conflito, principalmente nesse momento em que os ânimos estão mais acirrados. Diante do início da colheita do café, que está prestes a ser iniciada e que movimenta a economia local, os produtores clamam por uma maior atenção do Estado, dos políticos, do judiciário, da Polícia Federal, da FUNAI, da Polícia Civil e da Polícia Militar, para que a paz seja estabelecida e que os autores dessas ações criminosas sejam responsabilizados, pois a sensação de impunidade apenas vem incentivando tais práticas e aumentando ainda mais o conflito e a insegurança.

Deixamos aqui em aberto o espaço para que as instituições e seus representantes possam se manifestarem a respeito desse assunto que é grave e quem tem ser resolvido, pois estamos falando da história, de pessoas, de patrimônios, de crimes e impunidades. Vão esperar um tragédia muito maior acontecer ?

 

 

Netinhonews: Redação



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Publicado em 10 de março de 2025



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