Líder de movimento social sequestrado em Cabrália é encontrado morto em porta-malas do próprio carro
O líder do União de Resistência Camponesa (URC), um movimento social de luta pela reforma agrária, foi encontrado morto dentro do próprio carro, na manhã deste domingo (11), no município de Porto Seguro. Jario Alves Nunes, 61 anos, tinha sido sequestrado por quatro bandidos armados, na noite de sábado (10), no Acampamento Alto Paraíso, zona rural de Santa Cruz Cabrália. Segundo apurou a reportagem, ele estava em casa, com a esposa, quando quatro bandidos armados invadiram o local. O casal foi torturado. Os criminosos deixaram a mulher amarrada do lado de fora com o cachorro. Jario foi levado desacordado em seu próprio veículo. O barraco de madeira foi todo revirado. Foram roubados um televisor e um eletrodoméstico.
O automóvel foi abandonado na BA-001, próximo à cabeceira da ponte sobre o Rio Buranhém, na região de Vale Verde, após bater em uma proteção de ferro às margens da rodovia. O corpo estava no porta-malas, com diversos sinais de espancamento. Foi realizada uma perícia de levantamento de impressões digitais e coleta de material genético no interior do carro.
VÍTIMA RELATA AMEAÇAS – Uma das linhas de investigação é que o crime esteja ligado a um conflito agrário. Um vídeo ao qual o Radar News teve acesso mostra que, no sábado, houve uma reunião entre líderes do URC e famílias que estão acampadas no local. Em um determinado trecho da gravação, uma pessoa acusa Jario te ter atirado em algum membro do movimento. O líder retruca, negando a acusação.
Ainda na gravação, Jairo faz um desabafo, afirmando que, apesar de estar lutando pelas famílias que reivindicam “um pedaço de terra”, não está sendo valorizado. “Hoje eu não tenho valor. Corro risco de vida, com revólver e pistola na cara. Eu não mereço isso, pois luto por vocês. Eu não desisto”, afirmou.
Uma mulher, que faz parte do movimento, salientou que as ameaças não estão vindo de dentro do acampamento. “Eram ameaças externas, direcionadas a ele”, afirma, em condição de anonimato.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
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Fonte: Site/Radar.news – (Radar64)
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